'Em tempos de pandemia', (nem precisávamos desse pretexto, mas, como virou clichê...) era para as pessoas, especificamente os artistas NO GERAL, e não só o compositor que tem que abrir mão de todos os seus merecidos ganhos, sejam em pagamento em espécie por seu talento intelectual ou patrimonial e por ele ser o início, o embrião, o 'nascedouro' de toda a cadeia fonográfica, onde todos os outros envolvidos ganham seus valores, inclusive os direitos conexos, que são pagos através dos direitos autorais do compositor, mudarem para melhor.
TODOS! SERIA IDEAL SEREM MAIS SENSÍVEIS AO TALENTO DO AUTOR.
Na teoria, era para as pessoas serem mais humanas e justas para com o compositor. Mas, na prática isso não acontece. Nossos próprios colegas de profissão estão roubando nossos direitos autorais e pior, roubando nossos DOMÍNIOS AUTORAIS ATRAVÉS DE PLATAFORMAS DIGITAIS. Estão tirando ISRC's falsos para poder usurpar, roubar tudo de nós, autores. Resultado? ZERO reais na conta corrente. Há quem se omita e indiretamente apoie uma patifaria dessas. Gente do meio, que morre de medo de ser taxado de polêmico, mas, por trás, não faz NADA PARA VALORIZAR O COMPOSITOR PARAENSE. Todavia, abrem as pernas para compositores de outros estados (que igualmente tem que ser valorizados, mas não desmerecer autores paraenses em detrimento deles, quando se trata de valore($).
Quando acontece algo que prejudica a classe dos autores, poucos se manifestam a favor, mas quando vão montar repertório e querem mão de obra grátis e URGENTE, sequer se preocupam em darem o tal feedback, se as músicas foram ou não escolhidas. São os compositores da terra, os primeiros a serem procurados. Uma classe artística, sem generalizar, que envergonha de tão hipócrita e desunida. Quase ninguém tem coragem de peitar o sistema corporativista de selecionadores de repertório, que aliás, NINGUÉM ASSUME QUEM ESCOLHE AS MÚSICAS, TODOS SE OMITEM, JOGAM A CULPA EM 'FANTASMAS'. Muitos tem medo de suas músicas serem limadas (arrancadas de projetos), medo de serem excluídos ou, de se auto excluírem, de SEREM estigmatizados de problemáticos, de ser escorraçado moralmente, e preferem ser omissos, covardes, ou, somente tem medo por apenas cobrar por sua criação, seu talento, como todo e qualquer artista o faz.
Que a pandemia mude as pessoas para melhor, mas mude TODOS e não só o compositor paraense, para ele ser como um robô, como um 'zé ninguém', alguém que ninguém respeite e valorize, a não ser no dia nacional do compositor que lemos teorias e declarações hipócritas por todas as redes sociais, os parabenizando pelo 'seu dia'. Isso sim é patético.
Esse desabafo é impactante em minha vida e irá melindrar muitos, mas o escrevo consciente que não é mais para esse velho guerreiro aqui, e sim, para as futuras gerações de compositores. Que sejam mais unidos. Que não se acovardem para o sistema corporativista sugador. Que mantenha-se de cabeça erguida, valorizando-se, fazendo-se respeitar, sem soberba, apenas aprendendo a bradar por reconhecimento pelo seu dom, seu talento, talento esse QUE DEUS LHES DEU. Que aprendam a jogar no lixo, esse 'complexo de vira-latas. Pensem nisso.
Por Jr. Neves.